terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Erros na Hora de Correr


O número de pessoas que pratica corridas de rua no Brasil vêm aumentando ano a ano. Até o início desta década, eram menos de 100 provas anuais. Atualmente, são mais de 600 corridas todos os anos. Estima-se que existam no país mais de quatro milhões de corredores, sendo que pelo menos 300 mil disputam corridas de rua.

A corrida é um esporte que não exige habilidade específica, como outras modalidades, por isso qualquer um, teoricamente, pode iniciar treinos de corrida, ou até mesmo participar de uma prova.

Entretanto, é preciso ter boas condições de saúde e um preparo físico necessário para iniciar a corrida, como também qualquer tipo de atividade física. 
A lombalgia (dor coluna lombar) é uma das principais queixas entre os corredores. A corrida é uma atividade física que depende da ação da musculatura do tronco para mantê-lo dentro de uma postura correta durante um longo período de tempo. A coluna lombar funciona como ponte de que transmite forças entre os membros inferiores e o tronco, fazendo movimentos básicos de flexão, extensão e rotação.

Por isso a dor ocorre por um problema mecânico. Os músculos não estão suficientemente alongados para permitir uma amplitude total de movimentos do tronco e quadril, e, dessa forma, sofrem mínimas lesões por estiramento durante posturas inadequadas ou movimentos bruscos, resultando em uma resposta de espasmo muscular.

Vários fatores contribuem para o surgimento da lombalgia mecânica em corredores, como o desequilíbrio das forças entre os grupos musculares flexores e extensores do tronco; cargas repetidas ou excessivas na coluna lombar; vícios de postura durante a corrida; menor flexibilidade nos grupos musculares do tronco e membros inferiores; intervalos curtos de descanso entre treinos; fadiga muscular; aumento do treinamento; além de treino em pisos rígidos e tênis inadequado.  
Prevenção
A prevenção das lombalgias se dá através de exercícios de alongamento que devem ser feitos de forma contínua e progressiva, sem sobressaltos, até o limite da dor, quando o atleta deve permanecer na posição alongada durante 20 a 30 segundos, preferencialmente sentado e trabalhando tanto os músculos dos membros superiores quanto inferiores. 
Os exercícios de fortalecimento devem envolver a musculatura paravertebral, pélvica como também toda musculatura abdominal (musculatura do CORE). Estes exercícios, são importantíssimos para a proteção da coluna, além disso, o excesso de peso na região abdominal é outra causa na ocorrência das lombalgias, pois muda o centro de gravidade do corpo, exercendo sobrecarga constante sobre a lombar e facilitando o surgimento de lesões, principalmente nas atividades de impacto como a corrida. Se suas dores forem persistentes, deverá procurar seu médico.

Retirado do blog esportecomsaude

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Lutas na sala de aula



Tenho quase certeza de que o assunto a ser trabalhado neste texto é bastante estranho para muitas pessoas. Isso porque as lutas raramente são trabalhadas no contexto escolar. Sob um olhar mais próximo ao senso comum, as lutas costumam ser sinônimos de brigas e de derramamento de sangue. A intenção deste texto é desmistificar essa ideia e mostrar de que modo a luta se constitui como uma prática de atividade física interessante para a escola.

É importante dizer que as lutas são um conteúdo oficial da disciplina de Educação Física, apresentado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais. Esse documento não apenas mostra as lutas como um conteúdo a ser trabalhado, como também aponta alguns caminhos para que o professor leve essa proposta ao aluno.

Entretanto, existem alguns argumentos que impedem que o professor incite essa prática. O primeiro deles é a falta de vivência da maioria dos professores com as lutas, ou seja, são poucos os que já lutaram antes; o segundo é a preocupação com a violência que se imagina que as lutas possam gerar. Uma coisa que alunos e professores precisam tomar consciência, é que o professor não precisa saber fazer para saber ensinar. Existem meios para que o professor possa trabalhar as lutas com os alunos sem tê-las praticado antes.

É disso que falaremos agora: em primeiro lugar, é interessante citar alguns tipos de lutas: judô, sumô, caratê, greco-romana, jiu-jitsu e capoeira. É claro que existem outras lutas que não estão listadas aqui, mas optei por restringir a lista apenas com o intuito de exemplificar. Para o olhar mais leigo, como já disse, todas parecem iguais, mas se analisarmos cada uma delas, perceberemos que elas têm objetivos diferentes. Enquanto algumas pretendem derrubar o adversário, outras procuram a imobilização e umas até o deslocamento do oponente de uma área delimitada. Ou seja, você pode perceber que nenhuma delas tem a violência como finalidade.

Você também pode pensar a violência como consequência do trabalho com as lutas, já que as crianças manteriam contato corporal intenso durante a prática. Será que isso é verdade? Alguns estudiosos da área, como Nascimento e Almeida em "A tematização das lutas na Educação Física escolar" afirmam que a violência pode sim se apresentar como consequência das lutas, mas também pode se apresentar durante a prática do futebol e do basquetebol, por exemplo. Tudo depende de como o professor conduzirá a aula. Por isso, violência não é desculpa para que as lutas não sejam trabalhadas na sua escola.

Ainda há uma pergunta a se fazer: como trabalhar os diferentes tipos de luta com os alunos, se o professor não sabe a técnica? Ora, há recursos pedagógicos que permitem que isso seja feito. A pesquisa teórica sobre os diferentes tipos de lutas pode fazer alunos e professor aprenderem as técnicas e objetivos das lutas; vídeos das diferentes lutas podem apresentar e demonstrar a prática da luta e, a partir dela, o professor pode trabalhar brincadeiras que se pareçam com a prática feita sob regras oficiais; por último, as discussões sobre a teoria, a prática e os materiais audiovisuais são fundamentais para o crescimento do aluno e para um retorno para o professor.

Portanto, deve-se pensar que um professor de Educação Física não sabe todas as regras e nem todos os movimentos fundamentais de todos os esportes. Isso parece óbvio, já que são muitos os conteúdos para trabalhar com os alunos, mas não é: como a maioria das aulas de Educação Física é ministrada a partir da prática, muitos conteúdos interessantes não são trabalhados com os alunos, porque o professor não sabe fazer. Por isso, não cobre que seu professor saiba fazer tudo: o que ele precisa é saber ensinar!

Autora: Paula Rondinelli

Texto retirado do site Educação Físicaa

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O futebol nas aulas de educação física


Esporte vive um cenário de avanço metodológico, mas de estagnação nos procedimentos
O avanço nas propostas metodológicas para o ensino do futebol nesse inicio de século foi significativo, considerando o número de trabalhos apresentados em revistas cientificas, periódicos e livros publicados. O problema é que ainda existe uma distância exorbitante entre o que se propõe e o que realmente se realiza na prática. As discussões tem se concentrado no como ensinar. Entretanto, existem outros elementos que compõem a prática educativa e que necessitam ser provocadas.

As discussões sobre o ensino do futebol, tanto nas aulas de educação e escolas de esporte, tem se concentrado na tentativa de se alcançar uma abordagem ideal ou suficiente. O problema em buscar por uma proposta, a qual em suas fronteiras seja suficiente (eficaz e eficiente), é que não existe uma única forma de aprender. 

De inicio dizemos que nenhuma proposta metodológica ou método é suficiente. Por isso, temos defendido que ao invés de ficarmos limitados as fronteiras de um método ideal, devemos ser capazes de questionar os propósitos, as circunstâncias e a maneira que devemos utilizar os referenciais metodológicos. Contudo, a lógica didática deverá estar subordinada a lógica do jogo, assim como, aos objetivos pedagógicos propostos. Mas este tema será abordado em um próximo momento, para não correr o risco de ser insuficiente na exposição do que defendermos, e conseqüentemente, dar margem a interpretações indevidas.

O leitor não irá encontrar uma proposta metodológica para ensinar futebol. Nosso propósito é levantar algumas questões para ser objeto de reflexão, das quais em conformidade com a prática educativa de cada professor, possam ser referenciais no tratamento pedagógico dado ao conteúdo futebol nas aulas de educação física.

Desse modo, suspendemos momentaneamente a questão ‘como ensinar futebol’, para trazer a luz da reflexão: nossos alunos estão realmente aprendendo? O futebol é conteúdo? 

Certamente, para aqueles que acreditam que futebol se ensina (e isso já é um avanço significativo), existem inúmeras justificativas um tanto convincentes. Mas será mesmo que nossos alunos estão aprendendo futebol nas aulas de educação física? Levantamos essa indagação sobre alguns argumentos nos quais há certo tempo tem suscitado algumas inquietações. 

O primeiro aspecto de nossa argumentação esta relacionado ao tempo de aula. A aula de educação física, em escolas públicas ou particulares, tem uma carga horária que vária entre uma a três aulas semanais (de acordo com o estabelecimento de ensino) e com um tempo de aula entre 45 e 50 minutos, com turmas heterogêneas e volumosas. Seria cabível sustentar que conseguiríamos de forma significativa melhorar as habilidades especificas de nossos alunos para jogarem futebol? Temos dúvidas!

O segundo aspecto de nossa argumentação esta relacionado à sistematização do conteúdo futebol nas aulas de educação física. Existe uma confusão em relação às escolas de esportes e aulas de educação física. 

Nas escolas de esportes o tempo de aula é bem maior, o aluno escolheu a modalidade que o agrada e o grupo de alunos se aproxima mais de uma homogeneidade (seja por gênero, idade ou nível de habilidade) e na maioria das vezes estão orientadas para um processo de formação esportiva. Nas aulas de educação física acontecesse justamente o oposto, e ainda, não podemos limitar as aulas de educação física a reprodução do esporte na escola para atender apenas aos objetivos de uma formação esportiva unilateral.

Então, como abordar o futebol nas aulas de educação física? Para essa questão ser respondida o professor tem que ter claro a função e o objetivo da disciplina de educação física a qual defende na escola, tendo o futebol como um dos seus conteúdos.

A educação física na escola que defendemos intervém mais no sentido de desenvolver conhecimentos do que transmitir verdades, advindos das relações entre as pessoas e seu mundo e do mundo com as pessoas. É a disciplina que na escola se responsabiliza pela sistematização de um conteúdo especifico, tematizando saberes relacionados às nossas práticas corporais, tendo como resultado a produção de um conhecimento original (irredutível) e complementar (produto da relação com o mundo) e o favorecimento da apropriação dos patrimônios culturais produzidos pela humanidade. (FREIRE; SCAGLIA, 2003).

O objetivo da disciplina de educação física que defendemos na escola é conhecer o que já foi produzido de conhecimento pelo homem relacionado às suas práticas corporais, contextualizar para compreender o contexto no qual o conhecimento foi produzido e facilitar um ambiente onde os alunos possam re-significar o conhecimento apropriando deles à medida que forem incorporando em suas vidas. Permitindo-os ampliar os conhecimentos relativos às nossas práticas corporais sistematizadas, possibilitando que apropriem criticamente e ao mesmo tempo sejam capazes de resolver problemas de corpo inteiro. (FREIRE; SCAGLIA, 2003). 

De modo semelhante, Darido et al. (2006, p. 14) entende que a educação física escolar é uma disciplina que “introduz é integra o aluno na cultura corporal, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir dos jogos, dos esportes, das danças, das lutas e das ginásticas em beneficio do exercício crítico da cidadania e da melhoria da qualidade de vida”. 

Portanto, com nos diz Darido e Souza Jr. (2007) “é preciso ir além do costumeiro jogar”. E ainda, não podemos reduzir as aulas de educação física a um único conteúdo – futebol. Mas também, não queremos dizer que o futebol não mereça receber um tratamento especial, considerando sua importância sócio-cultural. 

O futebol nas aulas de educação física não poderá se limitar a reproduzir movimentos (seqüências pedagógicas) ou vivenciar uma infinidade de ‘joguinhos’ desprovidos de um contexto e de um ambiente facilitador capaz de provar nos alunos a apropriação do conhecimento à medida que são capazes de re-significar deixando seu próprio contributo.

Com relação ao desenvolvimento do conteúdo futebol nas aulas de educação física, existem basicamente três situações muito particulares: 

a) rola a bola e deixa o jogo acontecer, até por que brasileiros são considerados “nascidos para jogar futebol”;
b) sistematização do conteúdo determinado pela categorização de fundamentos/habilidades e distribuídos de acordo com o desenvolvimento do aluno, desconsiderando as experiências/vivências que os alunos tiveram; 
c) não existe uma progressão do conteúdo abordado, levando os alunos da 3ª série do ensino médio a terem as mesmas aulas que tiveram na 5ª série (chute, passe, drible...).

Entendemos que nas aulas de educação física não basta deixar jogar. Até por que se fossemos considerar apenas deixar jogar, os alunos aprendem muito mais fora das nossas aulas, frente o tempo disponível e as diversas possibilidades de experiências de corpo inteiro que têm ao brincarem nas ruas, subir em muros, escalar árvores. E também, temos de reconhecer que muito dos nossos alunos já chegam à escola sabendo jogar futebol. 

A sistematização do conteúdo feito apenas pela categorização de fundamentos/habilidades e distribuída de acordo com a fase de desenvolvimento do aluno é adequada (ainda assim tenho minhas dúvidas) para as escolas de esportes. Mas se considerarmos apenas esses fatores em nossas aulas de educação física teremos problemas. Principalmente pelo fato de abarcar apenas as habilidades/capacidades, atendendo apenas uma das dimensões do conhecimento. 

Na educação física, a sistematização do conteúdo futebol deverá abarcar o conhecimento de corpo inteiro (intelectual, sensorial, motor, social, afetivo, ético, estético, espiritual). Para isso, no tratamento pedagógico, o professor deverá fazer algumas perguntas na elaboração do seu plano de ensino/curso, sustentadas sobre a função e objetivos da disciplina: quais as necessidades dos meus alunos? Por que esse conteúdo é importante para esse grupo? Como aplicá-lo? Como esse conteúdo se relaciona com os demais conteúdos da disciplina?

É importante ficar claro que não se trata de uma teorização das práticas corporais, nesse caso o futebol. Mas aproximar o fazer (procedimental) do conhecer (conceitual). Ou seja, aproximar o que se deve conhecer do que de dever saber fazer.

O conteúdo na dimensão conceitual responde a questão: o que se deve saber? Por exemplo, no futebol, conhecer sua história, as regras, principais fundamentos/habilidades e capacidades, temas emergentes (preconceito, gênero, trabalho, violência...), as mudanças que o futebol sofreu no Brasil e no Mundo etc.

O conteúdo na dimensão procedimental responde a questão: o que se deve saber fazer? Ou seja, além de conhecer e contextualizar temas como ‘mulher jogando futebol’, criar condições em que os alunos possam vivenciá-lo, por exemplo, jogar futebol de casal, vivenciar as principais habilidades requeridas para os jogos com bola nos pés.

O futebol abordado como conteúdo das aulas de educação física é provido de uma bagagem de temas, principalmente nas escolas brasileiras, que não o permite ser tratado de forma unilateral. Mas de forma multidimensional, atendendo aos propósitos de uma educação para o sujeito aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser. Nessa perspectiva, o futebol, sendo conteúdo, se torna ferramenta para nossos alunos aprenderem a aprender.

A partir da exposição de como entendemos o futebol nas aulas de educação física e dos problemas que o cercam, deixamos algumas questões que foram levantadas e não respondidas propositadamente, a fim de instigar o leitor a buscar pelas suas próprias proposições, por exemplo: como abordar o conteúdo futebol nas aulas de educação? Como ensinar futebol? 

Em nossa próxima comunicação iremos explanar o referencial metodológico que defendemos para o ensino do futebol nas aulas de educação física e então apresentar alguns procedimentos, por meio da análise pedagógica de aulas desenvolvidas em diferentes turmas. Entretanto, nossa intenção não é convencer o leitor a reproduzir o que temos defendido para o ensino do futebol nas aulas de educação física. Mas trazer argumentos, sustentados na prática pedagógica que sejam suficientes para apoiar aos professores no tratamento pedagógico dado ao futebol enquanto conteúdo nas aulas de educação física.

Bibliografia

DARIDO, S. C. Os Conteúdos da Educação Física na Escola. In: DARIDO, S. C.; RANGEL, I. C. A. Educação Física na Escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
DARIDO, S. C. et al. Educação Física e Temas Transversais: possibilidades de aplicação. São Paulo: Editora Mackenzie, 2006.
DARIDO, S. C.; SOUZA JR., O. M. Para Ensinar Educação Física. Campinas: Editora Papirus, 2007.
FREIRE, J. B.; SCAGLIA, A. J. Educação Como Prática Corporal. São Paulo: Editora Scipione, 2003.

* Especialista em Pedagogia do Esporte Escolar
Universidade Adventista de São Paulo – UNASP Campus Hortolândia/IASP
Faculdade Adventista de Educação Física – FAEF
Contato: 
riller.reverdito@unasp.edu.br



Texto retirado do site universidadedofutebol.com.br

terça-feira, 22 de novembro de 2011

ANOMALIAS DA MEDULA ESPINHAL - ESPINHA BÍFIDA E OUTRAS ANOMALIAS CONGÊNITAS DA MEDULA ESPINHAL E ENCÉFALO

Espinha Bífida, uma grave anormalidade congénita do sistema nervoso, desenvolve-se nos dois primeiros meses de gestação e representa um defeito na formação do tubo neural.
É uma deficiência na qual parte de uma ou mais vértebras não se desenvolve completamente, deixando sem proteção uma porção de medula espinal.

Uma das lesões congénitas mais comuns da medula espinhal é causada pelo fechamento incompleto da coluna vertebral. Quando isso acontece, o tecido nervoso sai através do orifício, formando uma protuberância mole, na qual a medula espinhal fica sem protecção. Isto é denominado espinha bífida posterior e, embora possa ocorrer em qualquer nível da coluna vertebral, é mais comum na região lombosagrada. Quando as raízes dos nervos lombo sagrais estão envolvidos, ocorrem graus variáveis de paralisia abaixo do nível envolvido.
Os segmentos da medula cervical (C1 a C8) controlam os movimentos da região cervical e dos membros superiores; os toráxicos (T1 a T12) controlam a musculatura do tórax, abdomen e parte dos membros superiores; os lombares (L1 a L5) controlam os movimentos dos membros inferiores; e os segmentos sacrais (S1 a S5) controlam parte dos membros inferiores e o funcionamento da bexiga e intestino. Na espinha bífida, estando a medula e as raízes nervosas impropriamente formadas, os nervos envolvidos podem ser incapazes de controlar os músculos determinando paralisias. Define-se como paralisia alta a paralisia resultante de defeito medular começando ao nível dos segmentos torácicos ou lombares altos (L1-L2), paralisia média no segmento médio lombar (L3) e paralisia baixa nos segmentos lombares baixos (L4-L5) ou sacrais.
A criança com mielomeningocele pode apresentar graus variáveis de paralisia e ausência de sensibilidade abaixo do nível da lesão medular mas no entanto com preservação da parte superior do abdómen, tronco e braços. Torna-se importante a assistência precoce em reabilitação para a preservação também das possíveis deformidades ortopédicas: pé torto, deslocamento da coxa-femural, diminuição das amplitudes articulares, deformidades do tronco, entre outras.
A sensibilidade também pode estar prejudicada (sensação de pressão, fricção, dor, calor, frio) por isso é importante ter cuidado com a temperatura da água durante o banho, não utilizar calçados apertados e examinar sempre os membros inferiores, especialmente os pés, em busca de possíveis ferimentos.
A ausência de sensibilidade pode ocasionar lesões de pele, denominadas úlceras de pressão (escaras) que podem ser prevenidas com constantes mudanças de posição corporal e manutenção da higiene da pele, hidratação. Ainda se podem verificar ausência de controlo urinário e fecal.

Este termo indica a falta de fusão das metades dos arcos vertebrais. A gravidade da espinha bífida pode ser variável.

a) ESPINHA BÍFIDA OCULTA – É o tipo menos grave, que também é o mais comum, uma ou mais vértebras não se formam normalmente, mas a medula espinal e as camadas de tecido (meninges) que a rodeiam não emergem. No defeito podem observar-se uma madeixa de pêlos, uma cavidade ou uma área pigmentada.

b) ESPINHA BÍFIDA CÍSTICA –
 a. Na meningocele, um tipo mais grave de espinha bífida, as meninges e o líquido cerebroespinhal emergem através das vértebras incompletamente formadas, dando lugar a uma protuberância cheia de líquido por baixo da pele.

b. Meningomielocele é o tipo muito grave, pelo qual emerge também a medula espinhal; a área afetada tem o aspecto de carne viva e é provável que o bebê apresente uma grave incapacidade.

c) ESPINHA BÍFIDA COM MIELOSQUISE – nesses casos apresenta a abertura da medula espinhal na área afetada, devido às pregas neurais não se fundirem. A medula espinhal aparece como uma massa achatada de tecido nervoso.


ANOMALIAS DE ENCÉFALO

a) A anencefalia (Meroanencefalia) - é uma deficiência na qual falta a maior parte do cérebro do bebê porque não se desenvolveu devido ao não fechamento do neuroporo rostral na quarta semana. Um bebê com anencefalia não pode sobreviver: nasce morto ou então morre com poucos dias de vida.

 b) Crânio Bífido – defeitos da formação do crânio associados a anomalias congênitas do encéfalo e meninges.

1. Meningocele craniana – quando apenas as meninges herniam pelo defeito no crânio;

2. Meningoencefalocele – quando as meninges e parte do encéfalo herniam pelo defeito no crânio;

3. Meningoidroencefalocele – quando a parte do encéfalo que faz protrusão contém parte do sistema ventricular.

c) Microcefalia - é uma deficiência na qual a cabeça é muito pequena. As crianças com microcefalia costumam sobreviver, mas têm tendência a sofrer de atraso mental e carecem de coordenação muscular. A microcefalia resulta da microencefalia, pois o crescimento da calvária é induzido pela pressão exercida pelo encéfalo em crescimento.


d) Porencefalia - é uma situação na qual se forma um quisto ou uma cavidade anormal num dos hemisférios cerebrais. A porencefalia é uma clara evidência de que existe lesão cerebral e, geralmente, associa-se a anomalias na função cerebral. No entanto, algumas crianças têm uma inteligência normal.

e) Hidrencefalia é uma forma extrema de porencefalia na qual faltam quase completamente os hemisférios cerebrais. As crianças com hidrencefalia não se desenvolvem normalmente e têm um grande atraso mental.

f) Hidrocefalia (líquido no cérebro) consiste no aumento dos ventrículos, que são os espaços normais do cérebro. O líquido cefalorraquidiano é produzido nos ventrículos e deve sair do cérebro, para ser absorvido e passar para o sangue. Quando não consegue sair, a pressão dentro do cérebro aumenta, dando origem à hidrocefalia. Muitos fatores, como uma malformação congênita ou uma hemorragia cerebral, podem obstruir a drenagem e causar este problema.
Nas crianças mais velhas, a causa são geralmente os tumores. A hidrocefalia é a razão mais freqüente para os recém-nascidos terem a cabeça anormalmente grande.

g) Anomalia de Arnold-Chiari - é uma deficiência na formação da parte inferior do cérebro (tronco cerebral). Costuma associar-se à hidrocefalia.

h )Agenesia do corpo caloso – ausência total do corpo caloso. Essa condição pode ser assintomática, mas são comuns convulsões e deficiência mental.

i) Holoprosencefalia – as crianças apresentam o encéfalo anterior pequeno e apresentam os ventrículos laterais fundidos. Causam anomalias na face em conseqüência da redução de tecido na saliência frontonasal. Os olhos estão muito próximos um do outro.

Existem três classes de holoprosencefalia:
   - A holoprosencefalia alobar é o tipo mais grave, na qual o cérebro não consegue se separar e se associa geralmente a anomalias faciais severas.
   - A holoprosencefalia semilobar, na qual os hemisférios do cérebro têm uma leve tendência a se separar, constitui uma forma intermedia da doença.
   - A holoprosencefalia lobar, na qual existe uma evidência considerável de separação dos hemisférios do cérebro, é a forma menos grave. Em alguns casos de holoprosencefalia lobar, o cérebro do paciente pode ser quase normal.
   Holoprosencefaliaé caracterizado pela ausência do desenvolvimento do prosencéfalo (o lóbulo frontal do cérebro do embrião). A holoprosencefalia é causada pela falta de divisão do lóbulo frontal do cérebro do embrião para formar os hemisférios cerebrais bilaterais (as metades esquerda e direita do cérebro), causando defeitos no desenvolvimento da cara e na estrutura e o funcionamento do cérebro.
   Deve-se a causas cromossómicas (dos cromossomos). As anomalias cromossómicas, tais como o síndrome de Patau (trissomia 13) e o síndrome de Edwards (trissomia 18) podem se associar à holoprosencefalia. Os filhos de mães diabéticas têm um risco maior de padecer o trastorno.



Pesquisas recentes indicam que a ingestão de ácido fólico (um componente da vitamina B) nas semanas que antecedem a concepção e nas primeiras semanas da gestação reduz de modo significativo a incidência de espinha bífida.

Fonte:

http://www.espinhabifida.com/
http://embriologiasistemanervoso.blogspot.com/2009/06/anomalias-congenitas-da-medula-espinhal.html
http://doencasneurologicas.blogs.sapo.pt/7928.html

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Texto sobre Basquete

Axei esse texto sobre basquete muito interessante. E retrata muito bem a vida sobre o técnico de basquete atualmente no Brasil. Axo que também pode ser apricada a outros esportes. Vale a pena conferir.

O Texto foi retirado do site: http://www.bbheart.com.br


Técnico de basquete: profissão madrasta
Por: Prof. Ms. José Marinho M. Dias Neto
O que leva uma pessoa “normal” a ser um técnico de basquetebol? Eu sempre tento achar respostas para este difícil questionamento. Mas reconheço que não tenho tido muito sucesso. O que leva uma pessoa a passar inúmeros fins de semana longe de sua família, estar numa profissão sem um plano de carreira, perder noites e mais noites de sono porque perdeu um jogo que não podia perder ou porque precisa achar um bom plano de jogo para o dia seguinte, se preocupar com a vida pessoal de seus atletas como se fossem seus filhos, ser um profissional com múltiplas funções e receber seu minguado salário com atraso, pertencer a um esporte extremamente mal administrado, entre outros muitos fatores complicadores.
Qualquer um pode ser técnico de basquete. Basta desejar. Não existe nenhum pré-requisito. Quantos não são os casos de pessoas que nunca dirigiram uma equipe e assumem um cargo na categoria adulta. Não importa se este indivíduo foi ex-atleta ou não. Ser jogador é algo completamente diferente de ser técnico. É como achar que um aluno brilhante será um professor de igual desenvoltura. Se considerarmos que a ação de um técnico é um processo educacional (e isto é uma lídima verdade), não há como conceber um indivíduo nesta função sem conhecimentos avançados de pedagogia. Entende-se pedagogia como a reunião de saberes para educar. Portanto, por mais que alguém saiba o que fazer, terá também que dominar os caminhos de como ensinar. Caminhos tortuosos, por sinal... Sem muito estudo e experiência na função, não há como obter sucesso no ponto mais alto deste duro ofício.
Além disto tudo, o treinador deve ter uma formação multidisciplinar. Ele precisa ter noções de todas disciplinas que envolvem o esporte (fisiologia, psicologia, administração, sociologia, etc...). O técnico deve ser um administrador de alto nível, tendo que lidar com todas as variáveis de jogo, as situações extraquadra e as nuances do grupo. Coisa de “super-homem”...
Mas como exigir de um profissional uma formação integral e bem estruturada numa carreira onde não existe hierarquia ou meritocracia. Quantos não foram os técnicos que trilharam caminhos de muito sucesso e realizações (títulos, formação, estruturas, etc) em categorias de base e jamais tiveram chance no adulto. Enquanto outros assumem grandes equipes sob a simples razão de terem encerrado seu ciclo como jogadores. Tudo muito injusto... O que dizer de uma estrutura onde todos são profissionais (técnico, auxiliar, médico, fisioterapeuta, roupeiro, etc), mas quem toma as decisões, os dirigentes, são amadores? Que critérios ele terá para fundamentar sua escolha? Muito provavelmente o marketing de escolher um ex-jogador famoso ou, simplesmente, optar por um amigo. Qual a formação deste profissional? Qual sua experiência na função? Quantos cursos ele já fez? Quantos jogadores formou? Isto é tudo bobagem!
No meio deste mundo louco do basquetebol surgem os mais variados tipos de técnicos. A maioria deles despreparados e caricatos. Refletindo sobre nossa realidade, procurei caracterizar os tipos mais comuns:
O técnico torcedor: incapaz de dar uma instrução consistente, ele é o rei do “vamos lá” e da filosofia de botequim para motivar seus jogadores.
O técnico desconfiado: jamais trabalha com auxiliares. Preocupa-se o tempo todo em quem pode “derrubá-lo” e se esquece de preparar seu time.
O técnico teórico: sabe o que tem que fazer, ministra treinos maravilhosos, mas se perde totalmente nas situações de jogo.
O técnico explicadinho: a culpa é sempre da arbitragem ou do erro dos jogadores ou da falta de estrutura...
O técnico preguiçoso: acha que treino técnico é para garotos. O rei dos coletivos e da dupla de arremesso. Eu resolvo com minha experiência...
O técnico americanizado: ouviu falar de um esquema tático americano. O adota sem levar em consideração as características dos jogadores ou sua adequação a nossa realidade.
O técnico presunçoso: ele acha que não há necessidade de estudar, assistir jogos, participar de clinicas e congressos ou se reciclar. Ele sabe “tudo” e acaba ficando ara trás, embora os dirigentes insistam em não notar.
Deixo aos leitores um espaço aberto para novas caricaturas.
 
Muitos alunos na universidade sempre me questionam sobre a profissão de técnico. Não há como negar que é sedutor. Estar na corda bamba entre a vitória e a derrota aguça a emoção de qualquer um. É adrenalina pura, principalmente se considerando que o técnico não é o ator primário da ação. Sem um bom desempenho dos atletas, tudo vai por terra. Por outro lado, existe o seu amor-próprio. Quem se dedica integralmente a sua profissão espera por um mínimo de justiça e reconhecimento. Não espere por isto no basquetebol...

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

CONGRESSO ESPORTE DE ALTO DESENVOLVIMENTO

Mais um evento para AACC galera. Pra fechar as horas de 2011


CONGRESSO ESPORTE DE ALTO DESENVOLVIMENTO:
Excelência para todos 

Dia 27 de outubro de 2011
SESC Consolação - São Paulo
          O esporte é, reconhecidamente, um dos mais grandiosos fenômenos culturais da humanidade. Na atualidade, ocupa um papel de destaque nos meios de comunicação e mobiliza os mais variados setores como a economia, a política, a infraestrutura, o turismo e meio ambiente. Nesse cenário, encontramos uma lacuna ainda não preenchida com discussões aprofundadas a respeito das heranças que os grandes eventos podem deixar para a própria cultura esportiva em nosso País, desde políticas públicas de longo prazo, até mesmo reformulações conceituais, metodológicas e didáticas a respeito do esporte e suas práticas. 


http://www.sescsp.org.br/sesc/conferencias_new/subindex.cfm?Referencia=7294&ParamEnd=8